BALDIM.

BALDIM.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

FESTA DE AGOSTO / 2011


FESTA DE AGOSTO - BALDIM / 2010 - BOI DA MANTA
Video por Ione

BOI DA MANTA
Por Luisinho Soares, jornalista

Boi que te quero bem! A algazarra da criançada ecoava pelas ruas e Praça da Matriz, quando o Boi-da-Manta aparecia. De longe, a população já sabia que eram as estrepolias do "danado", vestido de chita colorida e com uma cabeça preta, como se fosse a encarnação do "Boi da Cara Preta", da música que tanto assustava os pequerruchos. Lá pelos idos dos anos 60, eu era criança e morria de medo do boi "de pano", mas queria sempre ter o prazer de encostar a mão no bicho. Quando conseguia tocar com a ponta dos dedos em um dos chifres do Boi-da-Manta, era a glória para aquele menino ingênuo, que já amava os Beatles e os Rollings Stones (eu sentia que aqueles cabeludos iriam alterar o eixo cultural do planeta chamado Terra. E não deu outra coisa). Lembro-me bem que o Boi-da-Manta chegava a fazer pose para as fotos tiradas pelo Roberto Retratista, nosso único fotógrafo, à época. A supra-realidade do Boi-da-Manta era quebrada quando o condutor daquela alegoria se cansava e parava para se alimentar e saciar a sede. Cheguei a ver o Bené da Sá Antônia, morador da rua da Olaria (ou rua da Leria, na forma sincopada e peculiar que os baldinenses utilizam até hoje para se expressar) saindo pela abertura do corpo de pano do Boi. Eli Jiboia também foi um condutor exemplar do arremedo de bovino. Murilo, já falecido, assim como os outros dois citados, e até oTeco (ainda entre nós), todos da rua do Campo. A alegria reinava durante os quatro dias da Festa de Agosto e o Boi-da-Manta sempre presente, com falsas investidas sobre as pessoas, desfilando junto aos reis, alféres, principes e princesas, além dos pájens, todos vestidos a caráter, com a pompa que o momento exigia. As guardas do congado seguiam com suas evoluções cheias de simbolismo e os dobrados executados pela Banda de Música Santa Cecília enchiam nossos ouvidos. O imaginário da criançada permeava os valores culturais e religiosos da época. Era como se o boi da cara preta dissesse: sejam bonzinhos com os irmãos, obedeçam aos pais, estudem bastante e cultuem a verdadeira bondade pregada por Jesus Cristo. E ouvíamos mais, sem que ninguém estivesse dizendo: São Bernando é o enviado de Deus que está aqui em Baldim para trazer a bênção Divina a todos, da mesma forma que ele é o representante do povo baldinense no Céu. O boi não falava, mas os olhos parados, como se estivessem nos avaliando, diziam por ele. Hoje, sinto falta do Boi-da-Manta e do que ele representava para todos. Espero que, em um belo dia, alguém possa recuperar a tradição do boi da cara preta espetada em uma armação de madeira e recoberta com chita colorida. Talvez, assim, também recuperaremos parte da bondade e ingenuidade vivida pelas crianças daquela época.Não sei se isso irá acontecer, mas ninguém conseguirá tirar a minha fé de que meu sonho possa virar realidade!
Por Jornalista Luizinho Soares em (Postagem sem título) às 18:48


Schirlene Pires e João Henrique
 Rainha e Rei  do Congado
Foto por Luizinho Soares
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À BÊNÇÃO, SÃO BERNARDO! 

Por: Luizinho Soares
Viva São Bernardo! Viva Nossa Senhora do Rosário! Viva o Divino Espírito Santo! Viva São Sebastião! Viva São Benedito! Viva todos os santos!
A tradição da Festa de Agosto em Baldim não pode acabar. Mesmo com toda a metamorfose do homem ocorrida nos tempos atuais, os sentimentos da fé, do sincretismo religioso, da crença e da reverência aos valores cristãos se manifestam de forma mais intensa no jubileu promovido pela Paróquia de São Bernardo, durante os quatro dias de festividades que acontecem no poeirento mês de agosto. Sempre com a grande participação popular comandada pelo líder religioso daquela igreja. Neste ano, tivemos a presença do Padre Gislei, que soube conduzir com ‘maestria’ os festejos.
Com essa manifestação, Baldim vive momentos de euforia e seus habitantes se orgulham em receber os visitantes que querem ver a magia da Festa de Agosto, que faz parte da cultura de nosso município há várias dezenas de anos.  Pena que, por razões diversas, perdemos alguns elementos que apareciam sempre nos cortejos dos reis e rainhas. O Boi-da-Manta era uma atração à parte e, simplesmente, desapareceu da Festa de Agosto.
Algumas pessoas podem criticar a presença de valores profanos entre missas, procissões, louvores e rezas. O Boi-da-Manta, os leilões, as barraquinhas, o livre comércio de bugigangas, os pula-pulas (para a alegria da garotada), o pipoqueiro, o vendedor de cachorro quente, as guardas de São Bernardo e de Nossa Senhora do Rosário, a fanfarra e tantos outros atrativos, fazem parte da cultura da Festa de Agosto. E essa cultura deve permanecer viva de geração em geração de baldinenses, ser incentivada e, até estimulada a ganhar mais elementos que possam enriquecê-la.
Tenho certeza absoluta de que, do alto de seu pedestal no frontão da igreja Matriz, São Bernardo abençoa a todas as manifestações de fé e cultura que acontecem em Baldim, na Festa de Agosto. Por isso, à bênção, São Bernardo!  

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